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sábado, 2 de junho de 2012

PORTUGAL

JUNHO CHEGOU – VIVA OS SANTOS POPULARES

SANTO ANTÓNIO



QUEM FOI?
O Santo de Lisboa.
Na verdade, o santo padroeiro de Lisboa é São Vicente.
Mas, foi Santo António que conquistou o coração dos lisboetas, que lhes dedicam todos os anos o dia 13 de Junho, feriado municipal. Ele é o santo casamenteiro, sempre associado a cidade que o viu nascer. Não importa se ele passou os últimos anos de sua vida em Pádua. Para os lisboetas, Santo António… é o Santo de Lisboa.
Fernando de Bulhão, ou Santo António como ficou imortalizado para sempre na história da capital portuguesa, nasceu em Lisboa, a 15 de Agosto de 1195, numa casa onde mais tarde se ergueu a igreja em sua honra.
Os primeiros estudos foram feitos na Sé de Lisboa e abraçou a vida religiosa em São Vicente de Fora. Foi ordenado sacerdote no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.
Diz a tradição que Fernando tinha uma memória extraordinária, sabendo de cor não só as Escrituras Sagradas, como também a vida dos santos padres. Tornou-se frade franciscano e recolheu-se como Eremita nos Olivais.
Trocou o nome para António em 1220 e é por essa altura que viajou para Marrocos, onde foi atacado por pestilência durante a sua chegada. Passado um ano, quando regressava de barco a Portugal, uma forte tempestade arrastou-o para a Itália, onde o destino haveria de o prender.
São Francisco convocou-o el 1221 para o Capítulo Geral da Ordem e ali, ele revelou os seus talentos de orador, pregando perante os seus confrades. Foi convidado a ensinar Teologia Franciscana nas escolas de Bolonha, Montpellier e Toulouse, sendo nomeado ministro provincial do Norte da Itália, em 1227.
Prosseguiu a sua carreira académica em Pádua, cidade onde faleceu em 1231. Foi proclamado doutor da Igreja pelo Papa Pio XII, em 1946, que o considerou “exímio teólogo e insigne mestre em matérias de ascética e mística”.



“UM TOSTÃOZINHO PRÓ SANTO ANTÓNIO!”
Fernando Martins de Bulhão nasceu em Lisboa, a dois passos da Catedral onde foi batizado e passou a maior parte da sua curta vida na capital portuguesa (morreu em Pádua com 36 anos) tendo aqui estudado e sido ordenado.
Canonizado um ano depois da sua morte, reza a lenda que o povo quis mostrar, desde logo, a Santo António, a sua imensa devoção, mandando construir uma capela no lugar da sua casa natal.
O rei D. João II, já no século XV, mandou construir nesse mesmo local uma igreja, a qual viria ser totalmente destruída pelo terremoto ocorrido em 1755. A sua reconstrução foi financiada por subscrição pública e por isso, as crianças da cidade montaram pequenas bancas na rua com uma imagem do franciscano, pedindo “um tostãozinho pró Santo António!”, uma tradição que ainda hoje perdura, por altura do dia 13 de Junho, data em que o patrono de Lisboa morreu. A igreja que se ergue ao lado da Sé, foi construída no século XVIII, a partir de um projeto do arquiteto Mateus Vicente.



“FESTAS E TRADIÇÕES”
A 13 DE Junho a cidade de Lisboa para.
Na véspera, a cidade dança, as marchas populares desfilam, lê-se pregões, cheira-se a manjerico e come-se sardinhas assadas na brasa.
Lisboa orgulha-se do seu santo e da tradição. São os bairros mais populares que dão mais importância ao seu santo. É aí que a velha Olissipo se afirma, que a tradição enobrece. Os bairros de Alfama e Castelo vestem-se para receber o santo, entre marchas e fitas coloridas. Nos largos onde desembocam as pequenas e ingremes escadarias, nascem esplanadas com sardinha assada, fitas coloridas e música de arraial. É um dos lados mais pitorescos de Lisboa, onde gente idosa e jovens se juntam em alegre paródia. Os primeiros brindam a tradição; os segundos, porque qualquer razão é boa para brindar e dançar.
Associado ao Santo António está a sua característica casamenteira:

“Oh meu Santo António,
 Oh meu Santo Antoninho,
 Vê lá se consegues
 Arranjar-me um maridinho”

É um dos mais antigos pregões populares.

As décadas de 50 e 60 marcaram uma tradição que teve um grande acolhimento popular na cidade de Lisboa:
“As Noivas de Santo António”
A iniciativa era patrocinada pelo jornal Diário Popular e por alguns comerciantes que ofereciam a indumentária para a boda. Atualmente a Câmara Municipal de Lisboa retomou esta velha tradição, que perpetua a marca casamenteira de Santo António.


LENDAS
O povo festeja Santo António como o santo casamenteiro.
A lenda tem origem na generosidade com que o frade presenteava as jovens sem dote para que se pudessem casar. Daqui resultaram outras diversas lendas, sendo que a mais conhecida reza que uma rapariga, farta de rezar e esperar que o santo ouvisse as suas preces, atirou a sua imagem pela janela fora. A estatueta bateu na cabeça de um rico homem, que logo se apaixonou e casou com ela. A partir deste momento, o santo casamenteiro não teve mais descanso a atender os pedidos que lhe vão sendo dirigidos.
Santo António é também, talvez devido aos seus dotes de oratória, o advogado das causas perdidas e o que nos ajuda a encontrar objetos perdidos de grande valor.


OS MONUMENTOS
Os principais monumentos que Lisboa mandou construir em memória do seu santo adotivo são: a estátua e a igreja.
A estátua é uma das mais importantes da capital portuguesa. Foi edificada na rotunda da Av. de Roma com a Av. da Igreja, no Bairro de Alvalade.
Quanto a igreja, é de origem tardo-barroca, construída no local (Largo de Santo António da Sé) onde, segundo a tradição, residiu Santo António.
Em 1431, existia no local um modesto culto a Santo António, tendo D. João II edificado um novo e sumptuoso templo, que veio a ser destruído pelo terremoto de 1755.
A reconstrução iniciou-se em Agosto de 1767, demolindo-se a capela-mor, que havia ficado de pé e recuperando-se a cripta, onde se diz ter nascido o santo. Esta obra pertenceu aos arquitetos Mateus Vicente e Carvalho Negreiros.
A igreja é um templo de nave única e dois altares.


GASTRONOMIA
Na festa de Santo António, a gastronomia é tão importante como a religiosidade que lhes está associada. As sardinhas assadas e o caldo verde são os principais pratos na ementa desta festividade.